- Amor?
- Sim?
- Soltei um peido.
- Ó, tudo bem, não me importo. Todos nós fazemos isso.
- Sabe que eu te amo?
- Sim, querida. Também te amo. Venha aqui. Quero dar uma foda em você.
- Já demos uma dessas duas horas atrás.
- Mas quero dar outra, uma fodinha, venha.
- Você sempre quer dar "fodinhas!", por que não acumula essas suas fodinhas para uma grandiosa foda daqui a dois dias? Assim você acaba banalizando nossas trepadas.
- Amor, deixe disso e venha, tenho algo louco por fazer um rebuliço aí entre suas pernas.
- Era assim, também, com Elizabete? Seguidas "fodinhas"?
- Era.
- Mentiroso! Elizabete me contou de suas "trepadas monumentais", como ela mesmo definiu.
- Por que você tem sempre que falar em Elizabete? Ela já era. O quente agora é você!
- Você fala de uma maneira como se eu fosse uma vagabunda.
- Você é que sempre encontra argumentos para entrar em um bate-boca!
- Você não falava assim comigo quando estávamos namorando.
- Você não criava discussões quando estávamos namorando!
- Você fala como se a culpada disso tudo fosse eu.
- Você é a culpada disso tudo!
- Seu imundo! Como pode! Vá embora! Saia da minha frente!
- Sua maluca! - Disse ele, pegando as chaves do Volks e saindo porta afora. Entrou no carro, deu partida e seguiu guiando pela cidade. Meia hora depois parou em frente a um telefone público. Colocou o cartão e discou. - Elizabete, sou eu... Sim, tudo. Quer dizer, ela me colocou na rua novamente... Sim eu sei, mas o que posso fazer?... Esqueça isso... Escute, que tal uma fodinha?... É? Em oito minutos estarei aí.
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