quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Primeiro poema dessa madrugada que começa.



Tem um apartamento
do outro lado da rua
bem de frente pro meu

Lá dentro
tem uma mulher
em cima de uma escada
pendurando a cortina

Cada vez que
ela estica os braços
e o vento sopra
seu vestido me mostra
fartos pelos negros
e os contornos da bunda

Fico aqui
sentado no sofá
enquanto meus olhos
atravessam a rua

Até que a cortina
começa a correr o trilho

Ondas, vagões
e eu a ver navios
esperando o próximo trem passar.

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